domingo, 4 de maio de 2008

Os negros e o preconceito

Os quilombos marcaram a história e a sociedade brasileira como a expressão mais alta da resistência dos negros contra a escravidão; foi a mais importante, sem dúvida, mas não a única forma de resistência.

A importância maior do quilombo reside em sua organização - não de indivíduos isolados, em desespero de causa, mas de grupos conscientes e determinados a viver em liberdade e reconstruir as comunidades tradicionais.

Na organização dos quilombos se incluía, além da luta concreta pela liberdade e contra os maus-tratos da escravidão, também a produção comunitária dos meios materiais de subsistência, através da agricultura, da caça, da pesca, da construção de moradias, da fabricação de instrumentos, de artefatos, de vestuário, etc. Sobre a base da vida material preservava-se a cultura nativa, sobretudo de idiomas, as religiões, as danças, as comidas, os padrões matrimoniais e os costumes familiares.

Por todos esses motivos a destruição dos quilombos se tornou tão importante para os colonizadores. Não se tratava apenas de reprimir e recapturar escravos fugidos. Era uma guerra entre dois povos, duas civilizações; o branco querendo viver e progredir à custa do negro, e o negro lutando pela vida, pelo direito à existência livre, conforme suas próprias decisões e costumes, ainda que não fosse em seu território nativo.

De muitas outras formas os escravos africanos negros e mestiços resistiram ao cativeiro: rebeliões, fugas, assassinatos, suicídios. Além disso, a participação de grande número deles em guerras, revoluções e movimentos sociais de toda espécie sempre esteve relacionada com a luta pela conquista de alguns direitos humanos fundamentais.



Esse texto faz parte do livro Direitos de cidadania - um lugar ao sol, de Paulo Martinez, Scipione.



Flashes vergonhosos!



Observe os documentos a seguir. Neles, os historiadores recuperam aspectos do passado.



Diário de Pernambuco (sem data)

Dois negros cativos se foram queixar ao subdelegado do Boa Vista, Recife, de que seus senhores os haviam castigados com palmatoadas, por ele julgadas injustas. Ouvida a queixa, a autoridade policial mandou duplicar a dose em cada um.



Jornal da Bahia (30.09.1854)

G. A. Blosen vende ou aluga sua casa, Rua Canella, com uma mulata, e a Enciclopédia Britânica de 26 volumes, obra mais perfeita que existe.



Jornal da Bahia (9.04.1858)

Em Gravatá no 44, se vendem dois negrinhos muito bonitos e sem defeitos, a fêmea com 10 anos e o macho com 9.



Esses textos fazem parte do livro Ensaio Geral: 500 anos de Brasil, de Heródoto Barbeiro e Bruna Renata Cantele, Nacional.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu achei triste porque os senhores de engenho tratavam os negros como se eles foçem animais e colocavam "macho" e "femea" nos jornais.

Anônimo disse...

Eu acho que não se vende humanos, muito menos crianças porque não deveria existir preconceito no mundo.
Por isso a Princesa Isabel deu o final da escravidão.

Rafael Bonina Sanches Valentin

Anônimo disse...

eu achei isso muito interessante porque olha o racismo com ele pode deixar uma pessoa tão ruim á tratar um ser humano como se fosse um animal qualquer !!. gabriela.